terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pare, Escute e Olhe



Jornal de Letras: O despovoamento e um certo Portugal que está a desaparecer estão sempre presentes nos seus documentários. O que lhe interessa nesses temas?
Jorge Pelicano: A perda de identidade. O objectivo deste filme é levar as pessoas a reflectir sobre o que é realmente importante para o nosso país. Se o progresso, se a possibilidade de termos regiões com a sua própria identidade, com transmontanos, alentejanos, ribatejanos. Porque nem tudo tem de ser igual. É por isso que o filme se chama Pare, Escute, Olhe. Numa sociedade em constante mutação como a nossa, é importante de vez em quando pararmos, escutarmos as pessoas e olharmos para o que temos. E, a partir daí, estabelecer prioridades.
Nesse sentido, é uma reflexão sobre os últimos 35 anos de Democracia a partir deste caso concreto?
Sim. E por isso um filme mais político. Porque devíamos mesmo estabelecer essas prioridades e pensar para onde vamos, para onde queremos ir. Um exemplo: daqui a 20 ou 30 anos, as aldeias de Trás-os-Montes vão estar completamente despovoadas. O que ainda vamos a tempo de evitar. Mas os políticos, que estão sempre a falar em desertificação, contribuem para que isso aconteça, como se mostra no filme. Mais uma vez, a barragem do rio Tua vai trazer electricidade para o litoral à custa do interior.
Este é um documentário que não receia tomar partido?
Exactamente, isso é muito claro. Para mim, o documentário deve ser uma arma. Chamar à atenção e pôr o espectador a pensar. Pare, Escute, Olhe é totalmente parcial. É uma defesa da região de Trás-os-Montes.
Na rodagem, o que mais o surpreendeu?
Não haver luta. No início, estava à espera de encontrar pessoas revoltadas. Muitas sentem falta do comboio, mas estão resignadas. Com tantos anos de esquecimento, dizem que já não vale a pena lutar. Isso só acontece porque os responsáveis políticos não vão ao terreno. Este filme também tem como objectivo levar ao centralismo de Lisboa a grandeza daquele património.


excerto da entervista daqui:

http://bloguedeletras.blogspot.com/

quarta-feira, 14 de outubro de 2009


Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia (SPAE)
Instituto de Etnomusicologia: Centro de Estudos em Música e Dança.
Universidade Nova de Lisboa

SEMINÁRIO DE ETNOMUSICOLOGIA

Museu Nacional Soares dos Reis

Porto, 7 de Novembro de 2009

A Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia (SPAE) e o Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com o Museu Nacional Soares dos Reis, vai organizar no Sábado 7 de Novembro de 2009, um Seminário de Etnomusicologia, seguido de uma Conferência da Prof.ª Salwa Castelo Branco, presidente do referido Instituto, intitulada:
“Etnomusicologia: percurso histórico e tendências actuais”.

Programa

10h00 – Recepção dos participantes

10h30 – 13h00 – Seminário de Etnomusicologia

Maria do Rosário Pestana "A Comissão de Etnografia e História do Douro Litoral: etnografia, museologia e performance musical na construção do Douro Litoral"

Susana Sardo "Situar as Memórias - Novas formas de encontro com a tradição no quadro dos Ranchos Folclóricos em Portugal"

Maria de São José Corte-Real "Música e Educação numa Perspectiva Etnomusicológica"

João Soeiro de Carvalho "A experiência transcultural na música: Relatividade e Alteridade"

Jorge Castro Ribeiro "Batuku sta na moda: dinâmicas transnacionais da música cabo-verdiana"

13h00 – 14h30 – Interrupção para almoço.

14h30 – 16h00 – Seminário de Etnomusicologia: Debate e Conclusões.

16h00- 16h30 – Pausa Café

16h30 – 18h00 – Conferência seguida de Debate. Aberta ao público.

Salwa Castelo-Branco “Etnomusicologia: percurso histórico e tendências actuais”

18h00 -18h30 – Porto de Honra. Momento musical. Encerramento.